Quantcast
Channel: CinemaXunga » fake
Viewing all articles
Browse latest Browse all 20

The Hunger Games (2012)

$
0
0

thehungergames

Falar de The Hunger Games sem o comparar furiosamente a Battle Royale é uma tarefa humanamente impossível para qualquer pessoa que se considere de bem. É certo que é injusto porque se tratam de coisas completamente diferentes, mas a justiça sempre foi algo que sempre me provocou rash cutâneo e na realidade é apenas uma cópia deslavada, inferiorizada e amaciada para uma audiência teenager dos anos 10 do século XXI, atordoada pelo excesso de estímulo sensorial e incapaz de reagir emocionalmente a nada que não envolva roupas de marca, telemóveis e tarifários com SMS grátis.

Desde que a saga Twilight vendeu milhões de livros com a fórmula de injectar banais dramas existências em situações paranormais que todo o aspirante a escritor tenta encontrar no seu nicho saca-euros. Amores zombies do liceu, piratas vampiros (aliás vampiros tudo), milhões de bruxos e feiticeiros  e até sereias, as sereias parecem ser a mais recente fórmula de escrita para fantasia adolescente. E Hunger Games vem nesta leva de ficção de duvidosa qualidade. Um cenário e um ponto de partida narrativo que pode ter algum fascínio mas que é limitado brutalmente pelo facto de não poder ter situações extremas ou chocantes, sexo ou violência, ou situações a que costumamos chamar “problemas da vida real”.

Tal como Battle Royale, também The Hunger Games se passa numa sociedade distópica pós-apocalíptica em que, por precedentes demasiado extensas para estar aqui a gastar espaço, se usam batalhas até à morte entre crianças não preparadas para a vida, quanto mais para a arena de gladiadores. Só que Hunger Games nunca sai do registo “vamos todos dar as mãos e cantar Kumbaya para unir o mundo em paz e harmonia” misturado com “love will conquer all” numa orgia de esperança ao som de Celine Dion a cantar versões de Whitney Houston em francês.

Correctamente explorado poderia ser uma forte crítica aos média actuais, ao entretenimento reality show e toda sua envolvência imbecil, ao controlo da informação por grupos que beneficiam dessa mesma informação, ao colapso da sociedade, o fim das morais e bons costumes, a substituição da honra pela superficialidade technicolor, o uso do politicamente correcto para encapsular o profundamente racista e o raciocínio baseado puramente em preconceito. Mas é apenas mais um filme de merda, longo, aborrecido e sem sumo.

Deixo-vos aqui 2 trailers de Battle Royale. Não nos deixemos enganar por falácias das press releases e das entrevistas e dos artigos dos jornais e revistas. É mesmo uma cópia de Battle Royale. Aliás, se fosse ao contrário, os americanos mandavam logo lá o FBI e inventavam logo 234 leis super-complexas emaranhadas num grande bolo de confusão para defender os interesses dos cidadãos e os direitos de autor.


 


Viewing all articles
Browse latest Browse all 20